Representantes do Brasil e da China assinaram um memorando de entendimento durante o Fórum Estratégico Brasileiro para a Indústria Naval Brasil-China, realizado no Rio de Janeiro. O evento, promovido pela Transpetro, contou com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que destacou a importância de criar conexões entre estaleiros dos dois países para impulsionar negócios e revitalizar o setor naval nacional, estagnado desde 2016.
Chambriard comparou o fórum a um “Tinder da indústria naval”, ressaltando seu papel como espaço de aproximação entre empresas brasileiras e gigantes chinesas, como COOEC, CSSC, Cosco e CIMC. Segundo ela, a retomada de encomendas é essencial para que o Brasil acompanhe o crescimento previsto na produção de petróleo, que exigirá novas plataformas e embarcações de apoio nos próximos anos.
O plano estratégico da Petrobras prevê a encomenda de 52 navios até o fim de 2024 e a construção de cinco plataformas até 2030. Para o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, o encontro abre um canal direto de negociação com a China e marca uma nova fase para o setor naval brasileiro. Já o secretário de óleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, reforçou que a reconstrução da indústria exige políticas públicas que garantam competitividade ao país.
Desde a Operação Lava Jato, em 2015, a Petrobras havia interrompido as encomendas a estaleiros nacionais, o que levou muitos deles à recuperação judicial. Agora, sob a nova gestão, a estatal lançou um ambicioso plano de reconstrução da frota, que inclui 25 navios petroleiros e 44 embarcações de apoio. Quatro já foram contratados, e uma nova licitação para mais oito navios está em andamento.
