A indústria processadora de soja do Brasil planeja investir R$ 5,9 bilhões nos próximos 12 meses, o que permitiria um aumento de cerca de 8% na capacidade de esmagamento da oleaginosa, impulsionada principalmente pela demanda crescente por biodiesel. Atualmente, o país processa 76,4 milhões de toneladas por ano, com empresas como Bunge, ADM e Cargill liderando o setor, e o aporte poderia elevar a capacidade para mais de 80 milhões de toneladas.

O crescimento do processamento acompanha a expansão da produção agrícola e também visa atender à demanda interna e externa por farelo de soja, usado na alimentação animal e em biocombustíveis. Para 2026, a safra brasileira de soja poderá alcançar 177,67 milhões de toneladas, segundo previsão preliminar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este ano, a produção estimada é de cerca de 170 milhões de toneladas, sendo 58,5 milhões processadas internamente e mais de 100 milhões destinadas à exportação em grão.

Além do aumento da capacidade, o número de empresas de processamento subiu de 67 para 75 e as unidades industriais de 132 para 144, refletindo maior dinamismo do setor. A ociosidade diminuiu, passando de 4,7 milhões de toneladas em 2024 para 3,87 milhões em 2025, enquanto o total de plantas ativas avançou de 113 para 127. A região Centro-Oeste continua concentrando a indústria, representando 44,4% da capacidade nacional, com destaque para o Mato Grosso, que responde por 23%.

Segundo Daniel Furlan Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, “o aumento da capacidade instalada mostra o dinamismo da indústria e a importância estratégica do setor para a economia brasileira”. Ele ressalta ainda que a expansão acompanha a evolução da produção agrícola e garante suprimento para biodiesel e farelo de soja, atendendo tanto o mercado interno quanto as exportações.

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