A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) se reúne nesta quinta-feira (17) com o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para discutir os impactos da nova tarifa de importação aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida afeta diretamente a indústria nacional de pneus, um dos setores mais atingidos pela decisão.
Em 2024, o Brasil exportou 9,5 milhões de pneus, o equivalente a 20% das vendas do setor. Os Estados Unidos foram o principal destino, com 2,6 milhões de unidades, ou 33,2% do total exportado. De janeiro a junho de 2025, as exportações representaram 22% das vendas, somando 5,5 milhões de unidades, sendo 35,3% delas enviadas ao mercado americano. Segundo Rodrigo Navarro, presidente da Anip, os volumes exportados equivalem à produção anual de uma fábrica de médio porte.
São Paulo e Bahia são os estados mais impactados pela nova taxação. São Paulo concentrou 49,4% da produção voltada à exportação em 2024 e 52,7% em 2025, com nove fábricas em operação. Já a Bahia aparece em segundo lugar, com 24,3% das exportações em 2024 e 21,9% em 2025, somando três unidades industriais. Governadores dos dois estados já se reuniram com a Anip em busca de soluções para minimizar os prejuízos.
Atualmente, a indústria de pneus no Brasil conta com 11 fabricantes e 21 fábricas instaladas em sete estados, incluindo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. O setor é responsável por 32 mil empregos diretos e mais de 500 mil postos indiretos, o que reforça a preocupação com os efeitos da tarifa sobre a economia e o mercado de trabalho.