A confiança do empresariado industrial brasileiro voltou a cair e atingiu, em julho, o menor patamar desde junho de 2020, auge da pandemia de covid-19. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou de 48,6 para 47,3 pontos — o sétimo mês consecutivo abaixo da linha dos 50 pontos, que separa confiança de desconfiança. Trata-se da segunda pior sequência negativa da série histórica, atrás apenas da registrada durante a crise econômica de 2015-2016.

Para a CNI, o cenário é de “aprofundamento da falta de confiança”, agravado pela alta dos juros na última reunião do Copom. “O fato de os juros terem subido ainda mais contribuiu para intensificar essa piora das expectativas e da confiança dos industriais”, afirmou Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da entidade. O Índice de Expectativas — que avalia a projeção dos empresários para os próximos seis meses — caiu 1,2 ponto e, ao atingir 49,7, entrou em terreno pessimista pela primeira vez desde janeiro de 2023.

O levantamento mostra ainda que o Índice de Condições Atuais caiu para 42,4 pontos, evidenciando que os industriais avaliam o presente como pior do que o passado recente. “Para os empresários, as condições atuais da economia brasileira e dos próprios negócios são piores do que há seis meses”, conclui o relatório. A pesquisa ouviu 1.209 empresas entre os dias 1º e 7 de julho, ou seja, antes mesmo do baque adicional causado pelo anúncio do aumento tarifário dos EUA sobre produtos brasileiros.

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