Paulo Skaf está prestes a reassumir a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em uma eleição sem concorrência marcada para esta segunda-feira (4). Com apoio da maioria dos sindicatos industriais, Skaf deve iniciar em janeiro de 2026 seu quinto mandato à frente da entidade, cargo que já ocupou entre 2004 e 2021. Se cumprir o novo mandato até 2029, terá somado 21 anos no comando da federação mais influente da indústria nacional.
O retorno de Skaf acontece em um momento de profundas transformações na indústria global, com destaque para a adoção da inteligência artificial, mudanças geopolíticas e desafios impostos por medidas protecionistas, como o tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros. Especialistas apontam que, diante desse cenário, é necessário abandonar o modelo tradicional de atuação, baseado em subsídios e protecionismo, e avançar rumo a uma agenda de inovação e produtividade. Economistas como Marcos Lisboa e Glauco Arbix criticam a postura conservadora das lideranças industriais, que, segundo eles, mantêm o setor preso a práticas ultrapassadas.
As críticas também recaem sobre o Sistema S, administrado por federações como a Fiesp, por falta de transparência e uso ineficiente de recursos públicos. Para os analistas, é preciso reestruturar a forma como a indústria se organiza e planeja seu futuro, com mais foco em tecnologia, qualificação profissional e integração com centros de pesquisa. Iniciativas estratégicas, como a Iniciativa de Projetos Tecnológicos de Alto Impacto, seguem engavetadas, enquanto o tempo e as oportunidades continuam se esgotando.