O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, anunciou que o governo brasileiro prepara uma resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos nacionais. A medida, em vigor desde 1º de agosto, atinge setores como carne bovina, suco de laranja, café, tecnologia e aeronaves. A pedido do presidente Lula, Alckmin coordenará o diálogo com empresários para definir estratégias de reação, que incluem negociação diplomática e até retaliação.

Ainda em formação, o comitê reunirá representantes dos setores mais afetados pela medida norte-americana. O objetivo é construir uma frente unificada entre governo e setor produtivo, visando tanto pressionar por um acordo quanto buscar alternativas comerciais em caso de impasse. A Embraer e grandes exportadores agrícolas devem compor o grupo, que contará também com apoio técnico dos ministérios da Fazenda, Itamaraty, Casa Civil e Relações Institucionais.

Lula classificou a sobretaxa como uma afronta ao Brasil e deixou claro que, se não houver acordo, o país responderá na mesma moeda. “Taxou aqui, vamos taxar lá”, disse o presidente. Alckmin também criticou a decisão dos EUA, chamando-a de “equivocada” e lembrando que o Brasil mantém tarifas médias de apenas 2,7% para produtos americanos. A expectativa do governo é tentar uma saída diplomática antes de partir para medidas de retaliação.

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